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Quarenta e dois, são os dias que passei captando pessoas na cidade de Jerusalém, Israel, durante um período de residência em 1996.
O trabalho é resultado de um estado de silencio pessoal voltado a  pesquisa de arte para uma exposição, a qual foi  realizada na Capela do Morumbi em São Paulo, setembro do mesmo ano.
São fotografias convencionais, analógicas, que passaram por leitura digital, impressas em papel vegetal em tons de carne e terra.
Fotografias de homens, mulheres, crianças, rostos, cabeças, semblantes e vislumbres de pessoas anônimas colhidas ao acaso durante longas caminhadas pela cidade, por suas ruas e mercados.
Em algumas ocasiões, por conta dos olhares proibitivos que recebi com minha câmera, entrava em algum ônibus urbano, sem destino certo, sentava atenta defronte a janela e clicava as pessoas com o ônibus em movimento. Ou esperava suas paradas, tão logo começasse se mover eu apontava a câmera para alguém de interesse que havia ficado no terminal, desse modo captava um rosto, uma imagem ou um detalhe sem culpa.
Fotografei encontros rápidos com o que  há de comum e de incomum, retratos do dia a dia, cotidiano de pessoas com as quais esbarrei, cruzei olhares ou mesmo troquei conversas em línguas que nem sei.
Fotografei também o meu rosto, auto retrato diário estampado em outro ponto geográfico, meio achado meio perdido entre outros seres, outros corpos, outras formas de ser.
Considero esse trabalho uma vivência relativa a impermanência da vida, seja referente ao eu , ao outro e a própria experiência vivênciada.
RC.

Exposições
Capela do Morumbi, São Paulo, 1996
Centro Cultural de Uberaba, 1998 (premio exposição)
I Encontro Internacional de Artes Visuais SESC PR, curadoria Christophe Spoto, SESC Esquina 2012


© Regina Carmona