PÚRPURAS ou A CASA DA MANTIDE RELIGIOSA
A Casa da Mantide Religiosa
Instalação de Arte e Acolhimento - acolher aquilo que se acerca de ti.
Existe um inseto que tem o poder de se camuflar, de trocar de cor; possui muitos olhos, sendo que três deles ocultos na testa apenas para captar as variações de luz. A fêmea, para preservar a sua espécie, chega a comer a cabeça do macho durante o acasalamento. O macho, literalmente perde a cabeça por uma fêmea.
Em meio a exposição em espaço aberto de ateliê na Itália, esses "serzinhos" passaram a morar na obra, o que acabou por acentuar uma homenagem à natureza feminina, intenção e poética dessa instalação, como também alterou o nome - Mantide Religiosa, em italiano, o Louva-deus.
Composta de uma estrutura, referencia à casa e morada, com uma série de obras impressas sobre tecido leve e transparente, essa obra é extensão e continuidade do projeto Púrpuras, com anotações de viagem e encontros ocorridos de passagem por lugares e culturas diversas.
Uma arte sensitiva e sensorial referencia ao belo, ao humano e a natureza; aos elementos ocultos que de alguma forma estão ligados e relacionados à sexualidade, a identidade, a espiritualidade, tendo o corpo como uma morada, forma e espaço sagrado que exige amor, alimento e respeito.
O trabalho foi feito sobre uma matrix, molde do corpo da artista, onde novas formas foram modeladas em latex, como uma segunda pele, cada identificada com desenhos, gravuras, costuras, tatuagens e incisões feitas de um ponto específico onde ocorreu algum dano, ferida ou ruptura da matéria, durante o processo de modelagem.
Desenhos e formas que se remetem ao corpo, a forma, a fatos e relatos do universo feminino, a uma natureza visivel outras nem tanto. São pequenas observações colhidas no dia a dia, que florescem ao acaso, onde nada é por acaso.
A cor em tons vermelhos e púrpuras (nome do projeto) simboliza a vestimenta régia, a dignidade real, como também é a cor dos hematomas.
O trabalho não é apenas uma referencia pessoal, são formas que somente tomaram forma no passar do tempo, na vivencia e no silencio, fruto do acaso, de encontros com pessoas e mulheres anônimas donas de estórias de dores ou alegrias distintas, estórias que terminam de forma semelhante, todas elas gravadas no corpo, em luz.
“... a ferida é o lugar por onde a luz entra dentro de ti ”. Rumi, poeta sufi.
Exposições - https://youtu.be/ursSU9B5iY8
Galeria Gaia, Unicamp, Campinas, 2018
Usina Quatorze, São José dos Campos, 2017
Galeria Gravura Brasileira, curadoria Gaia Bindi, São Paulo, 2015
Sanskriti Gallery, New Delhi, India, 2016
Art Junction Gallery, New Delhi India, 2015
Púrpuras, Museu de Arte, Londrina, 2014
Púrpuras, Olhar Paraná SESC Londrina, Toledo, Ponta Grossa,Pato Branco, 2012/2014
I Encontro Poéticas Visuais SESC, curadoria Christophe Spoto,Curitiba,2012
BELA Bienal,Galeria do Palácio, Porto, Portugal, 2012
OX 3, Parque Buenos Aires, São Paulo, 2012
Centro Casalasco di Studi Paletnologici, Casalmaggiore, Italia, 2011
HAME 11 Arte e Meio Ambiente, curadoria Sirpa Haapaoja, Hameenlinna, Finlandia, 2011
Centro Cultural e Ponto de Cultura AMART, Tatuí, 2010/2011
Autor © Regina Carmona
Fotos registro Tati Rebello - Júlia Carmona
https://youtu.be/ursSU9B5iY8
Catalogo I Encontro Internacional de Artes Visuais SESC Paraná